1. Afaste-se daquelas pessoas que só chegam para compartilhar queixas, problemas, histórias desastrosas, medo e julgamento dos outros. Se alguém procura uma lata para jogar o lixo que tem dentro, que não seja na sua mente.
2. Pague as suas contas a tempo. Ao mesmo tempo, cobre aqueles que te devem ou escolha deixar para lá, se você já percebeu que é impossível receber.
3. Cumpra as suas promessas. Se você não cumpriu alguma, pergunte-se o porquê desta resistência. Sempre você tem o direito de mudar de opinião, de se desculpar, de compensar, de renegociar e de oferecer outra alternativa diante de uma promessa não cumprida, mesmo que já um costume. A forma mais fácil de evitar o não cumprimento de algo que você não quer fazer é dizer "NÃO" desde o começo.
4. Elimine, dentro do possível, e delegue aquelas tarefas que você prefere não fazer, dedicando o seu tempo àquilo que, sim, você desfruta fazer.
5. Dê permissão a você mesmo para um descanso, quando você estiver em um momento que o necessite e dê permissão a você mesmo para agir quando estiver em um momento de oportunidade.
6. Jogue fora, recolha e organize... nada te tira mais energia que um espaço desordenado e cheio de coisas do passado que você já não necessita.
7. Dê prioridade à sua saúde, sem a máquina do corpo trabalhando ao máximo, você não pode fazer muito. Tome tempo para perceber o que seu corpo está te dizendo.
8. Enfrente as situações tóxicas que você está tolerando, desde resgatar um amigo ou um familiar, até tolerar ações negativas de um companheiro ou um grupo. Tome a ação necessária.
9. Aceite. Não é resignação, mas nada te faz perder mais energia que o resistir e brigar contra uma situação que você não pode mudar.
10. Perdoe... deixe ir uma situação que está te causando dor... você sempre pode escolher deixar ir a dor da recordação.
O payador missioneiro Sente o calor do braseiro Batendo forte no rosto E vai mastigando o gosto Da velha infusão amarga, Sentindo o peso da carga Que algum ancestral comanda Enquanto o mundo se agranda E o coração se me alarga
Sempre a mesma liturgia Do chimarrão do meu povo, Há sempre um algo de novo No clarear de um outro dia, Parece que a geografia Se transforma - de hora em hora E o payador se apavora Diante um mundo convulso Sentindo o bárbaro impulso De se mandar campo fora!
Muito antes da caverna Eu penso - enquanto improviso, Nos campos do paraíso O patrão que nos governa, Na sua sapiência eterna E eterna sabedoria, Deu o canto e a melodia Para os pássaros e os ventos Pra que fossem complementos Do que chamamos poesia!
Por conseguinte - o Adão, Já nasceu poeta inspirado, Mesmo um tanto abarbarado Por falta de erudição E compôs um poema pagão À sua rude maneira, Para a sua companheira, A mulher - poema beleza, Inspirado - com certeza Numa folha de parreira!
Os Menestréis - os Aedos, Os Bardos - Os Rapsodos, Poetas grandes - eles todos, Manejando a voz e os dedos Vão desvendando os segredos Nas suas rudes andanças, As violas em vez de lanças, Harpas - flautas - bandolins, Semeando pelos confins As décimas e as romanzas!
Tanto os poetas orientais Como os poetas do ocidente, Cada qual uma vertente, Todos eles mananciais, Nos quatro pontos cardeais Esparramando canções E - no rastro das legiões Do lusitano prefácio, A última flor do lácio Nos deu Luiz Vaz de Camões!
No Brasil continental Chegaram as caravelas E vieram junto com elas As poesias - com Cabral, Para um marco imemorial Nestas florestas bravias Perpetuando melodias De imorredouro destaque: Castro Alves e Bilac E Antônio Gonçalves Dias!
Neste garrão de hemisfério Quando a pátria amanhecia Surgiu também a poesia No costado do gaudério Na pia do batistério Das restingas e das flores E a horda dos campeadores Bárbara e analfabeta Pariu o primeiro poeta No canto dos payadores!
E foi ele - esse vaqueano Do cenário primitivo, Autor do poema nativo Misto de pêlo e tutano, De pampeiro - de minuano, Repontando sonhos grandes;
Hidalgo - Ramiro - Hernández El Viejo Pancho - Ascassubi Mamando no mesmo ubre Desde o Guaíba aos Andes!
Há uma grande variedade De poetas no meu país, Do mais variado matiz Cheios de brasilidade, De um Carlos Drummond de Andrade Ao mais culto e ao mais fino, Mas eu prefiro o Balbino, Juca Ruivo e Aureliano, Trançando de mano a mano Com lonca de boi brasino
João Vargas - e o Vargas Neto E o Amaro Juvenal, Cada qual um manancial Que ilustram qualquer dialeto, Manuseando o alfabeto No seu feitio mais austero, Os discípulos de Homero De alma grande e verso leve, Desde sempre usando um "breve" De ferrão de quero-quero!
Imagino enquanto escuto Esse bárbaro lamento Que a poesia é o som do vento Que nunca pára um minuto, Picumã vestiu de luto A quincha do Santafé, Mas nós sabemos porque é Que o vento xucro não pára: São suspiros da Jussara Chamando o índio Sepé!
O maior desejo de Rafael era ter alguns dias a sós com seu Mestre. Acreditava que desta forma seria mais fácil aprender os seus ensinamentos. O Mestre sabendo dos desejos de Rafael, resolveu lhe fazer uma surpresa. Convidou Rafael para passarem dois dias nas montanhas. Rafael deu pulos de alegria e foi correndo arrumar suas coisas para ir até as montanhas com seu Mestre. Chegando no lugar previsto pelo Mestre, este deu ordens a Rafael para que ele armasse as barracas e procurasse por lenha. Teriam que fazer uma fogueira, pois logo anoiteceria. Rafael, com grande devoção, armou as barracas e saiu saltitante em busca da lenha. Qual foi sua surpresa, diante da dificuldade que teve para encontrar a tal lenha. Depois de algumas horas, Rafael voltou trazendo a lenha em seus braços. Estava cansado e muito irritado, mas voltou a sorrir quando o Mestre veio ao seu encontro dando-lhe parabéns. O Mestre sabia quanto era difícil encontrar lenha naquelas montanhas. Rafael deitou-se para descansar quando o Mestre interveio: -Rafael está anoitecendo e nós não temos fogo.Trate de andar rápido e faça uma boa fogueira para que possamos nos aquecer. Rafael não acreditou no que acabara de ouvir, mas, imediatamente se pôs a fazer a fogueira. Quando o fogo estava já bem alto, o Mestre lhe agradeceu e se pôs a esquentar-se ao lado da fogueira. Rafael deu-se por satisfeito. Tudo estava na mais perfeita ordem. Iria finalmente poder ouvir os ensinamentos do Mestre e depois descansar. Foi então que o Mestre lhe falou: -Rafael vou recolher-me e ficarei a noite inteira a orar. Quero dar-lhe uma missão: não permita, sob hipótese alguma, que este fogo se apague. Amanhã, quando o sol raiar, este fogo deverá ainda estar aceso. Rafael tentou perguntar ao Mestre o porque de tal pedido, mas este já entrara em sua barraca para suas orações, e Rafael sabia que não o poderia incomodar. Entediado Rafael sentou-se ao lado da fogueira. Sabia que não poderia dormir, o fogo deveria permanecer aceso. Colocava lenha de hora em hora para alimentar a fogueira, e de repente olhou para o céu viu que iria chover. Estava quase amanhecendo e Rafael estava furioso. Sentia tanta raiva que teve vontade de abandonar o acampamento. Teve que desmontar sua barraca para poder cobrir a lenha e proteger a fogueira. Estava todo molhado, e não suportando mais tanto sofrimento se pôs a chorar. Foi quando o Mestre apareceu e lhe disse: -Rafael, se tens por propósito iluminar-te e servir a Deus, deves sempre estar muito bem disposto a cuidar da tua chama interior. Não permitas que nenhum pensamento, nenhuma emoção, criados por tua própria mente, contamine a tua paz, a tua serenidade. Deves procurar formas e formas de manter tua chama acesa, não te entregando jamais ao desespero. A confiança em teu propósito é o que te guiará e o que te fará manter, sempre, este fogo aceso. Sem esta chama, tu cairás na escuridão e o que poderás aprender quando nada podes ver? Podemos desmontar o acampamento, meu discípulo, e voltar para o nosso templo. A nossa missão aqui nas montanhas está cumprida.